domingo, 9 de outubro de 2011

Salvar o mundo?

Foto de Zim

Por acaso (?) fico um bocado chateada, acho que até triste, quando me perguntam com uma piruetazinha de escárnio na ponta da voz se quero ou se vou salvar o mundo por comer soja, tofu, seitan, tempeh (todos deliciosos), etc, em vez de continuar a comer animais, seres vivos como eu, com lágrimas e alegrias e medos como eu.

Sabe-se. Reflecte-se. Sente-se. Decide-se. Age-se.

Será que ainda não perceberam que eu há muito compreendo a vastidão do mundo, estando portanto tristemente ciente de que não poderei, ainda que quisesse, soubesse, fosse digna disso, salvá-lo?

Desconhecerão, talvez, que o mundo é feito destes biliões de mundos que consistem em cada uma das nossas carcaças com coração e miolos inclusos?

Será que não entenderam ainda que é a mim, a mim mesma, que tento salvar-me?

Quem não entender a existência como Demanda, viagem e auto-regeneração, para onde caminhará?

4 comentários:

Pagu disse...

Agora fiquei um bocadinho acabrunhada...ops....eu costumo brincar com isso mas confesso que não faço por mal.

Mas achei deliciosa a ideia de nos salvarmos a nós próprios através de comportamentos éticos que adotamos, seja lá porque motivo for.

Eu cá, já comi um iogurte de avelã. Já salvei o mundo por hoje...rsrs...a avelã tem miolos? coração? sentimentos? dor? Que pensará ela quando é esmagada, triturada, comida?

Ok! Não tenho salvação possível. Ok!

Tamborim Zim disse...

ahahahahah Tens sim, nada é impossível, ou melhor, há forças q domesticam o impossível.

Nada de acabrunhanço. E q bom teres gostado da outra ideia; a validade das ideias é mesmo a do nosso coração. Cada vez mais acho isso.

António Caldeira disse...

essa é a grande questão, a definição do que somos

Tamborim Zim disse...

E p minha grata surpreso aqui vejo um comentário da primeiríssima pessoa q me fez pensar e recalcar e repensar e finalmente escolher o caminho certo: o da não exploração de animal. Muito obrigada António Caldeira, abraço.