domingo, 4 de março de 2012

STOP ABORTO


STOP!

A propósito desta notícia , cumpre-me tecer alguns considerandos muito simples. Um artigo "científico", publicado no Journal of Medical Ethics , afirma que os recém-nascidos, à semelhança dos fetos, não possuem estatuto moral, e apodam de "irrelevante" a sua potencialidade de ser tornarem pessoas (sic). Assim sendo, defendem estes especialistas (?) em, eventualmente, ética médica (?), que  matar um recém-nascido deve ser considerado tão lícito quanto abortar um feto. Claro que, certamente de forma primorosa (sic), super-ética (sic) e sagaz (sic), logo se apressam a esclarecer que apenas em determinadas situações deveria a morte do recém-nascido ter lugar, nomeadamente em caso de problemas não detetados durante a gravidez. Ufa, afinal há esperança na humanidade! (Sim, é mesmo ironia.)

Mas vamos então aos meus simples considerandos:

1 - Fetos e bebés não são pessoas? Poderemos não considerar como pessoa uma pessoa em formação? Talvez um animal não humano, um amontoado de células, um lixo gelatinoso, uma excrescência que a ver vamos o que se dará com a dita?

2 - Matar um recém-nascido pode ser tão lícito quanto abortar o feto. Ora bem, aqui colocaria a questão de outro modo: matar um recém-nascido corresponde ao tipo de assassinato mais covarde, vil, ignorante, cruel e nefando do aborto de um feto. É tão criminoso matar quem se vê a olho nu, como quem não ainda não está ao nosso lado, ao nosso colo, no seu bercinho. Ainda não está porque é claro que estará, se tudo correr bem, e se nesse "tudo correr bem" se incuir não acontecer ser o feto estropiado e arrancado ao seu espaço de desenvolvimento natural.

3 - Dizer: "Ah mas a família é tão pobre que vai ser mais um desgraçado infeliz etc., etc...." isso sim, é uma hipocrisia inominável. E se for pobre, desgraçado, infeliz? E se não for? Vai determinar-se o direito, o direito de cada ser a existir, por causa do que se considera ser a qualidade da sua vida futura?

4 - E às vozes que exclamam que o corpo é da mulher e é a mulher que manda e sabe, tenho a dizer, leitores que me seguem, que o corpo que se pretende erradicar não é, seguramente, o da mulher. Não estamos a falar de tirar um rim, ou de eutanásia. Falamos na morte de uma vida com autonomia e integridade moral e existencial, com uma dignidade inalienável e que não se pode tirar sem roubar. Humana, senciente. Que contém em si, no seu pequeno tamanho físico, uma possibilidade gigantesca, e uma efectividade indesmentível, de usufruir desta viagem inigualável que é a de existir, de respirar,  de viver. E isso ninguém, nem nada, nem teoria, nem bruxaria, nem "biotética", nem disparate algum, comodismo algum, areia para os olhos alguma pode negar-lhe.

A lei atual, na crista da onda da barbárie intelectual, sentimental, relacional, moral, permite que se opte conceder ou não a alguém o seu direito a ser, a alguém que já é. Maior retrocesso é muito, muito, muito difícil de imaginar.

STOP ABORTO. Agora e sempre. Deixem quem vive viver, não escolham o seu destino baseados em medo, em comodismo, na brutalidade mais boçal e mais torpe. STOP ABORTO. Pela vida.

2 comentários:

Lady Lamp disse...

Estamos de acordo, portanto. E eu voltei aos comentários! :)*

Tamborim Zim disse...

Minha querida Lamparina! Tb tenho andado meio arredia, mas pretendo reativar-me! Cabecinha a mil! Beijinhos:=)