quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Porém...

 
 
sem imagem
 

 
... também não posso dizer que me ande a apetecer muito escrever no blog. Sei lá, também há muita informação! Diria demais... Muito blog, muita notícia, muitos anúncios, muita música, muito e frenético trânsito de dados. E no entanto, talvez pouca análise sumarenta, talvez pouca beleza, talvez diminuta frescura. Refiro-me ao Planeta em geral, notem bem.
 
Provavelmente, a constatação a que se chega tão obviamente não nasceu por acaso: provém, faceira, da tal dispersão de palavras, imagens, ruídos, parangonas. Há tanta coisa que esse mar de tudo e de nada nos devora os momentos, os dias e os anos. Depois miram-se planos remotos e perguntamo-nos tal como no supermercado: "Mas trago tão pouco no saco e paguei tanto???".
 
Pois é, camaradinhas... é a muita pouca coisa ou até, nas palavras de mestre Kundera, a "insustentável leveza do ser".
 
Talvez possamos reconsiderar a importância da síntese, da boa síntese. Da qualidade suficientemente forte para brilhar, mas condensada quanto baste para ser bem digerida e interiorizada. Talvez então as disseminações informativas tenham mais sucesso, e nos cansem menos. Talvez então tudo seja significativamente menos "tão".

sábado, 26 de janeiro de 2013

Diva is back

- Venham de lá esses ossos, leitorado lindo!...
 
Há esperança ainda, há ainda taxa de esperança para dar e vender nesta parca Nação dolente e à beira rio melancólica. Tamborim Zim voltou, e passa a explicar a sua longa, demasiada ausência.
 
Tem estado um frio de se pôr o chapéu. Essa é já para começar, e creio que qualquer alma delicada concordará que esta meteorologia puxa por cobertores, mantas e mais mantas, aquecedores, encolhimento sonolento-gatídeo no sofá. Ora a adicionar a isso tudo, imagem rever sessões atrás de sessões das 24 (sim, ainda e sempre o Bauer)... Claro que já não me lembro de muitas coisas, pelo que o suspense é assegurado para minha delícia.
 
Por outro lado, como bem sabem (znif), terminou a Gabriela (laaaaaa), e aquilo foi realmente uma festa de beleza e talento. Naturalmente, uma pessoa demora a recuperar e transita com alguma dificuldade da Ilhéus dos anos vinte para esta Lisboa insuportável dos anos 13. (Ai, isto de estarmos já noutro século e noutro milénio!)
 
Finalmente, estou finalmente a descobrir a graça do LinkedIn. A possibilidade de estarmos conectados e a partilhar ideias com pessoas de todo o mundo com a mesma profissão ou, melhor ainda, com os mesmos interesses profissionais, é altamente apelativa. E depois os fóruns para bitaitar, as organizações e notícias a seguir... muito interessante. Decerto que é menos uma fatia do luxuoso Cronos dedicada à Alegoria, mas já está a corrigir-se esse crime lesa-tudo-e-todos.
 
E os meus diletos e primorosíssimos leitores, como vão? Que cogitações entretêm, em que devaneios andais enrodilhados? Tudo contai, tudo contai!
 
Beijinhos e abraços tamborínicos.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Estritamente informativo

Alerta roxo! Zim enfrenta a rua.

Dentre as pedras rachadas dos passeios, bichos há muito migrados para ignotas profundezas tentam, a custo, avistar a luz elétrica do dia. Lutam com enormes blocos de terra, pedrinhas e intrusivo lamaçal. Os prédios relincham de dores na coluna, ausentes de muitas telhas, e vidros labutam dolorosamente para se manter intactos ao sopro dissonante do vento uivante, vento lobo, vento furibunda alcateia.

Diz que várias árvores desmaiaram e outras simplesmente feneceram, esmagadas pela força dos caprichos da Terra, num último olhar furtivo deitado, a custo, ao céu implacavelmente sólido, em busca de um rastro de estrela esquecido. Confirma-se, porém, que todas as estrelas voejaram desordenamente pelas galáxias, aos encontrões a planetas novos que, lançados pela força das ocorrências noutros espaços, vieram de recuados desmundos e tempos.

Nas ruas, as pessoas colam-se às paredes frias dos edifícios para evitar o ataques de postes, bancos de paragens e, mais grave, automóveis. Diz-se mesmo que carros voadores atingiram Marte, vindos diretamente de Lisboa.

As estocadas persistem na enlouquecida orquestra deste sábado intempestivo.

E no meio de tudo isto, camaradas? No meio de tudo isto, com poças oceânicas pelo meio, escombros citadinos e até popas de navios desarvorados no Tejo pelas ruas, terei de enfrentar metros e metros de estradas e passeios para me abastecer de pão e outros quesitos alimentares. Desejem-me sorte, vou tal como supra, vou tal como supra!
 
Um ou outro exagero não será significativo...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Um vídeo a não deixar de ver




Mandou-me o meu irmão que achou (e bem), que este momento teria aqui lugar.

Adivinha einsteiniana

- Espelho meu...


Quando alguém menciona uma "versão pré-impressa", a que se referirá?

a) A um papagaio verde-cinza a grasnar em hindi.

b) A uma folha entalada na impressora, nem cá nem lá.

c) A uma versão que conste num ficheiro, antes de ser impressa (daí o "pré").


Não é fácil, mas desafios são desafios.

Acreditem se quiserem que hoje uma pessoa que tenho o desprazer de conhecer (superficialmente, valha-nos o Bem)  não percebeu a pergunta acima exposta, concluiu com um ar de luminosa sabedoria chica esperta:

"É uma questão de semântica!"

Por que é que não podemos interagir apenas com pessoas mais sagazes do que nós? Fica a questão que, asseguro, não é de semântica...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um outro nível

Klimt (?)



Ou, como diria o querido Fedorento, trata-se dos padrõezinhos (ler salivosamente).
 
Se há coisas que a nossa idade, o auto-conhecimento e as lições mais ou menos bem aprendidas do passado nos trazem é a capacidade de, mesmo considerando algumas ações como pejadas de baixo nível e índices transgaláticos de frustração, entendermos o móbil de quem o faz. E quando isso é friamente apreendido, especialmente se dominamos razoavelmente o espectro mental do sujeito da ação, não deixa de ser um (pequeno, embora) prazer percebermos a importância que nos dão.
 
Ser Diva (ou senhores e senhoras de nós), traz contratempos e delícias, e raramente passa despercebido... Não é ofício, mas missão.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Filhos do Dragão

Portoooooooo
O Dragão mostra a sua raça


Por vezes também temos de deter-nos em coisas deveras essenciais, dentre as quais a beleza da grandeza do melhor clube de futebol de todos os planetas (salvaguardando já a possibilidade dos marcianos e outros também terem uma queda para a futebolada).

Hoje há Benfica-Porto e o mote é:

Portoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!

Escutem a beleza intemporal do hino.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Politicamente incorreta...

... mas sincera.
 
Aos vários bloggers que (muito justamente) divulgam o concurso do Aventar fazendo a sua campanha de voto (e com todo o direito, sem ironias), tenho de dizer que não votarei em nenhum blog por uma razão muito simples: em 2012 o meu blog preferido foi o meu, e por isso se votasse seria na ... Alegoria da Primaverve.
 
Ora, não me pareceria muito interessante ser galardoada com um só voto, por isso...
 
Espero que compreendam.

É a psicose a que estamos entregues!

- Não ouvir, não ver, amordaçar!!!...
 
Simplesmente não posso acreditar, eu que nem sequer ia mencionar o assunto no meu blog, que o Jornal da Noite da SIC convide a tal da Pepa para se ir explicar. Isto não é normal, é a varinagem, o desnorte, a vacuidade mais aterrorizante.
 
Mas que tipo de pessoa que escreva um blog se sente identificada por figuras destas, a ponto de ser importante ou não a verborreia que lhe aconteça mostrar ao mundo? O que é que os jornalistas têm na cabeça? Qual é o critério de notícia?
 
Por favor, tragam-me um chá de tília, receio um chilique!

Depois de ver a pecinha, acho que realmente a moça esteve mal: quando lhe perguntaram o que desejava para o País, numa tentativa abslutamente descontextualizada e sem razão (e eu gosto da Maria João Ruela!) de limpar o "equívoco" (ai, que grande equívoco, aiii, uiii), cá para mim devia ter respondido qualquer coisa como "Desejo para o País, tipo dez milhões de malas (acho carteira tão...) Chanel". Acabava tudo como começou: puro nonsense.

Conselhos imperdíveis

Sábios como Jack Bauer (quase sempre) - Kiefer Sutherland, magnífico, nas minhas amadas 24
 
Calma leitor, não tem nada a ver com o FMI. Talvez de outros Filhos da Mãe Inúmeros. Fora as mãezinhas, decerto.
 
O meu estimado leitorado tem de aprender a defender-se nesta pétrea selva, inclinada calçada, equívoca paisagem. Falei em PAF para 2013, não falei? Não mencionei que seria tudo pacífico, ordeiro e limpinho. Pois que o seja, ao menos da nossa parte.
 
Arqueie o sobrolho quantas vezes entender, leitor, se tal lhe permitir a fluidez da clarividência. Não permita que lhe façam o ninho atrás da ditosa orelhinha. Se possível, em situações mais delicadas também não seja óbvio.
 
Aprenda a identificar com serenidade os carateres do despautério, leia as coisas cabalmente e não seja um selvagem emocional. Marque os terrenos com sobriedade sapiencial e esteja alerta... oleado, inteligente, sensível à justiça e à verdade. Não complique e não piore as coisas desnecessariamente.
 
Lembre-se da importância do estratega e torne-se num, sem entrar em paranóias obsessivas. Não seja cínico. Seja económico: é muito diferente. Poupança, ação e fruição, lembra-se?
 
Sobretudo, leitor, goste de si o suficiente para não permitir que o apouquem, amarfanhem, hostilizem sem razão. Preze-se, e não se torne um facínora por isso. A ideia é o oposto.
 
Percebeu? A ideia é o oposto.

Amar pintura abre o olhar

Herbert James Draper - Pot Pourri (1897)

Não sei nada sobre o pintor. Mas este quadro faz-me instantaneamente sua fã.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Revelação pró-lift

Hoje disseram-me simpaticamente que estou mais nova.

Pronto. Deu-se a transição irrefreável para a cotice. Transitei, redimensionei, entrinta-e-muitos-ei de vez.

Hum.

É mesmo para que saibam

Fretes...

...

...

...

faço poucos.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Saudades das vossas retinas e arrobas

 
 
Algodónicos e sumamente açucarados leitores, confesso que já tinha saudades destes nossos momentinhos de alegre ti ti ti.
 
Ando a tentar implementar, com sucesso, uma disciplina na hora de levantar: acordar uma hora mais cedo. Sair com a manhã numa tonalidade mais dourada, com a fresca em riste a desafiar os mil abafos, e ter a possibilidade (ainda não muito aproveitada até ao momento), de sair mais cedo do labor. Há que diversificar, camaradas, há que diversificar os segmentos da vita bella.
 
Claro que agora com o rolzinho de desgraças do relatóriozinho do FMI, é caso para se pensar se a diversificação não deve mesmo incluir uma plantação intensiva de toda a sorte de legumes para viver de respirar ar puro e a beleza verde dos pinhais e eucaliptais... Mas disso vamos falando, parece que estes relatórios insistem em atazanar-nos a imagética.
 
Era só mesmo para distribuir beijinhos e abraços tamborínicos, saudar todos os leitores de perto e de longe e... estamos in touch. Ou melhor, touchés!

domingo, 6 de janeiro de 2013

Do que é bom

Encontrar novos bons blogs (novos pelo menos para nós) é sempre um prazer. Através do Conto de Fuga, outro instigante pouso, descobri esta Dona Generosa que me cativou imediatamente. Imagens e palavras que sabem de apetite.Vai já para a listinha. Espreitem!

Os Monstros do INEM


Ontem vi uma peça num dos noticiários da noite que me deixou doente, e que conclama todos os meus ímpetos torturadores e mais alguns. Dentre as muitas queixas que chegam a um instituto cuja missão é a de proteger a saúde dos cidadãos e zelar pelo seu socorro de forma eficaz e deontológica, o caso do maestro Fernando Correia Martins, que felizmente teve familiares com empreendimento para processar os irresponsáveis imbecis que são, provavelmente, culpados da sua morte. Ao menos de negligência gravosa e de falta de socorro atempado sê-lo-ão sem dúvida, como ficou vergonhosamente patente nas gravações das chamadas telefónicas apresentadas na referida peça.

Cito parte da notícia publicada no site da TVi:



Nas referidas chamadas fica incontestavelmente comprovada a falta de correção, atenção, eficiência, seriedade e ética da assistente telefónica, um monstro, e da monstruosa da médica, que mais parecia vinda de uma sessão de alucinogéneos, tal a desatenção que prestava ao que lhe era dito, o tom alheado, a total displicência com que comentava e respondia. É a estes montros, a estes assassinos de merda, repito, de merda, que entregamos as vidas dos nossos entes queridos, e as nossas? A este indizível putedo que deveria servir, com máximo sentido de responsabilidade e missão, e auxiliar as pessoas que, em plena fragilidade, utilizam os serviços que, por mero acaso, até pagam? Médica e assistente atrevaram-se a julgar e a condenar o pedido de auxílio de Fernando Correia Martins, afirmando suspeitar de um embuste. Suspeita de embuste? E assim se deixa um doente durante uma hora e meia à espera de socorro? Porque as aventesmas, as anormais, as grandes putas suspeitam que é petazinha desocupada? Quem são os dirigentes que ainda defendem as decisões da equipa médica? Quem são os incompetentes merdosos, os cúmplices de assassinato que, do alto das suas funções, defendem esta criminalidade crassa, esta revoltante atitude que não tem nem pode ter qualquer desculpa? Para quando uma resposta justa, um castigo aceitável para esta irremissível escumalha nojenta?

Se por acaso lerem este blog honesto, suas bestas assassinas, fiquem desde já a saber uma coisa: tratem de começar a apelar de joelhos e com várias velas ao que mais acreditarem, se alguma vez uma situação destas ocorrer com algum dos meus familiares e amigos.

Pena de morte para estes subestercos, haja vergonha! Quem vai consolar as mulheres, os filhos, as mães e os pais, quem vai amparar os amigos que assim, com tamanha vilania, desta forma tão clamorosamente desnecessária, perdem os seus? Quem vai devolver vidas que, com toda a probabilidade, poderiam ter sido poupadas caso houvesse gente séria em funções, e não escroques vadios?
 
Os cidadãos sérios e limpos desta pocilga de País que se levantem, agora e para sempre, e que exijam o que é devido. Que se acabe esta pouca vergonha, esta gatunagem, esta corrupção de valores e de consciências - !

sábado, 5 de janeiro de 2013

Custo zero

Nada dever
Ser, como Pessoa
A pessoa somente
Nada dever
E por isso
Por tão baixo custo
E tão alto risco
Nada temer do diferente
Não haver
Peias ou verbos que detenham
Cifras, notas que acorrentem
Idiomas tiranos em que se articulem
Línguas mortas
Mortas de vivas, defuntas na sua carnalidade moderna
Oca e afunilante
Nenhuma conta a acertar
Pulsos sem relógios
Sem algemas de tempo
De espaço, de burburinho inútil
Pés para que vos quero
Claro que para voos impossíveis de captação
Pelas sondas mais inteligentes
Nada dever
Apenas
Uma certa, esporádica
Auto-alegria e talvez
Solidão

500º post!

 
Eis o quingentésimo (sim, fui à Wikipédia para ver como era isto) da Alegoria da Primaverve, o meu devaneante blog onde escrevo há quase um ano e quatro meses. Confirma-me a experiência o que esperava, ainda que com graduais - e deliciosas - supresinhas: um blog de acesso modestíssimo, de que gosto (muito), que conquistou o interesse de leitores diletos e maravilhosos como Vós e que é, por si só, uma vertente de inspiração para praticar o único exercício físico de que gosto realmente: ballet em pontas das polpas digitais. Também gosto de nadar, mas trata-se de outra realidade, e aqui na Alegoria não metemos água...
 
Para assinalar este número, uma mensagem em destaque.
 
Como todos sabem, tornei-me vegan há pouco mais de um ano. Dizer que sou 100% vegan não seria exato, muito poucos o serão. O limite dessa plenitude, que muito lamento, pretende-se com o facto de haver medicação essencial que contém lactose ou outros componentes de origem animal. No mais, faço todos os esforços para que tudo o que uso obedeça fielmente ao princípio vegan, desejando que em breve mais alternativas surjam. Descansaram-me o suficiente as boas conversas que tive com vegans mais experientes, e as leituras do site da Sociedade Vegan, especialmente a parte em que referem que não está em questão o caráter absoluto, o 100%, mas o melhor que realmente se possa fazer. É esse o limite, o da exequibilidade razoável para a saúde, que pretendo seguir, e no qual apoio o meu veganismo. Não podem calcular a alegria que sinto quando percebo que alguém mais próximo fica atento, pesquisa, demonstra acarinhar o desejo de mudança do seu estilo de vida para um nível em que o sofrimento dos animais não humanos possa ser diminuído ou erradicado. Cada passo nesse sentido é valioso.
 
A todos Vós, queridos leitores, peço-vos que, neste início de ano em que certamente tantos bons desejos terão formulado, que permitam ao vosso pensamento e ao vosso coração as perguntas: "É certo matar animais para comê-los? Tenho esse direito? Por que razão o faço? Há alternativas?" Estas formulações são cruciais para arredarmos preconceitos e respostas "a jeito". Permitam-se navegar aventureira, sinceramente neste tema. Permitam-se estas perguntas à vossa consciência. É um pedido, mas sobretudo um voto.

Obrigada pela companhia e participação!



Para bem lembrar



Ainda que o convívio apertado (demasiado, desmedido) com o mundo nos faça encarar a incómoda bifurcação entre o ideal e o praticado, que nos nossos corações, e em tudo o que depender das nossas ações, nunca empobreçamos a justiça identificando-a com luxo.
 
A justiça não é um luxo.
 
 

Pouca Terra

Blasé
 
Pronto, instalado o ano, voltamos à tentação anestesiante/febril de nos levarmos pela avalanche do ressabiamento por tanta coisa que experimentamos.
 
Indubitável, caros leitores, que o mundo tem um cinismo todo peculiar e do qual, cada um de sua forma e diferente dimensão, todos acabamos por comungar. Também aqui a poupança se impõe, sensata e firme. Sem deixar de transmitir o essencial, há uma cristalina frieza que deve consolidar-se e participar na nossa maturação pensante - espero que sentimental?
 
Não esperar muito do que não sai de nós pode ser um atalhozinho corroborante, mas pontuado de algumas flores de crença nos outros. Ou é a secura. Veremos como chegarei ao final da minha jornada, mas algo me diz que é melhor começar a armazenar contentores de hidratante.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

E mais não digo

Frio do cão. Frio do camandro. Frio do canário. Frio do coiso-siberiano. Frio do catano. Frio da Catalunha (quando na Catalunha está frio). Frio do cachorro. Frio do capacete. Frio do casco. Frio da casca. Frio do camandrinho (não vale, está bem). Frio do cacaoette. Frio da China. Frio cavalar! Frio cavalar. Frio cavalar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Abraçaço de Caetano

 
Abraçaço - Caetano Veloso
 
 Vinco - Caetano Veloso
 
Ontem recebi uma linda prenda de Ano Novo da Mana, que estou neste momento a ouvir: um grande Abraçaço. Sim, vejam supra.
 
No final do ano passado, o que é para mim o maior artista vivo lançou o último da trilogia composta por, Zii e Zie (que amei), e Abraçaço. Esta triologia carateriza-se por uma toada que pisca um olho (ou dois)  ao experimental, com rasgos elétricos e eletrónicos, mas não desprovida dos intemporais encantos caetaneantes. O lindo Vinco que escolhi para partilhar convosco é disso exemplo.
 
Exemplo também da revitalizante estrada do cantor e compositor da Bahia é a sua perfeita envolvência com músicos jovens como Moreno Veloso, seu filho, Pedro Sá, e outros. As fotografias do encarte bem demonstram a sintonia estética que nos oferecem nestes passeios "trilógicos".

É preciso ser muito genial para depois de tantas décadas de carreira e aos setenta anos ainda conseguir que ansiemos, curiosos, as suas próximas novidades.
 
Longa vida!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Barrinha lateral e os votos de Hölderlin

Nada como iniciar um novo ano com as palavras de Mestre Hölderlin, que podem fruir (um dos ângulos do mote PAF, não esquecer, não esquecer), mas que pedia que tentassem ler também de um ponto de visto terreno, vital e possível. Não que de outro modo não possa ser possível, mas. (Sim, fica o ponto após o mas.)
 
Que os astros se conjuguem, bem como as nossas pequeníssimas, mini-potências humanas, para acreditarmos, com o mesmo poeta, "(...) Que a alegria, mais imortal do que os cuidados e a fúria,/ Num dia áureo se tornará por fim quotidiana".

(Este mote também não é mau ó Friedrich!)

Árvore

Mirada de cima


Sou uma árvore
Do que me nutrir
Assim darei
No que o vento der
Tornar-me-ei
Da luz, da lua
Da inclinação da vontade solar
Os frutos
As flores que romperei

As cores e a sombra de pascer

Sou árvore
Na torção do meu corpo
No silêncio dos meus braços

É que despontarei
 
(Por isso sou perene:
Não paro de ansiar.)